quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Gume, o Oi! da terra dos Mouros


Acaba de sair o EP de estreia de um novo grupo, Gume, projecto musical que tem por principal influência o Oi! (especialmente o Oi! Francês), embora estejam patentes mais influências na sonoridade dos Gume, Punk-rock ou mesmo o post-punk. O prato forte é sem dúvida o som das ruas, neste caso de Lisboa, fonte de inspiração para as letras, que tornam o registo dos Gume em algo de épico. O ep "Lisboa", está repartido por 3 temas, lado A, "Lisboa" o tema mais fortificado de todo EP, uma música que tem todos os ingredientes para se tornar num hino, a música acaba num estilo mais Morricone, influências do cinema spaghetti western.

No lado oposto da rodela, estão duas músicas que tem como principal aliado o saxofone, "Rumores" e "Somo nós", para mim esta ultima música é o ponto alto do disco, uma faixa onde o ritmo tribal vai-se revezando com um som mais urbano e denso, o saxofone está muito bem enraizado na música, fazendo com que a melodia seja de fácil encaixe.

O Ep tem uma tiragem de 300 cópias, com 3 edições diferentes, com 3 capas diferentes e com alguns extras (fotos...), já saíram as primeiras 100 cópias, e pelo que sei já estão a esgotar.
O disco que tem a recomendação do Blog "Rock no Liceu". (4/5)
Fico à espera do segundo capítulo dos Gume.

http://www.myspace.com/gumelx

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Generation X, o tardio reconhecimento português







O Generation X mereceram grande destaque no jornal "Musicalissimo", com direito a um lugar na primeira página, com a seguinte recomendação"Uma banda para os empresários portugueses apostarem".
Claro que não houve nenhum empresário a apostar, também naquela altura do campeonato, 1981, os Gen X eram uma sombra daquilo que foram no inicio do Punk, o primeiro album dos Generation X é para mim uma das obras de referência do Punk Inglês.

O único registo dos Generation X que foi editado em solo Português, foi o mui badalado "Dancing with Myself".



quarta-feira, 22 de setembro de 2010

6ªfeira 24 Set. Cais Sodré: Punk 'n' Roll Party 2 -"Tributo a João Ribas" , dia 24 de Setembro 6ªfeira




Esta 6ªfeira, Punk'n'Roll Party 2 - "Tributo a João Ribas" , DJ Merton , DJ Billy (blog http://billy-news.blogspot.com/ ) , dia 24 de Setembro, 6ªfeira, inicia das 23 horas até as 04 h, entrada 1€, Bar Copenhagen , Rua de São Paulo nº8-10, Cais Sodré, Lisboa.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Punk-rockers às portas da Eurovisão 1978




O Punk-rock tem 1001 histórias engraçadas, e uma dessas histórias está relacionado com a eurovisão.
Mas para chegar ao tão ambicionado concurso é necessário as pré-eliminatórias, os denominados festivais da canção, e num desses festivais da canção, neste caso o Inglês, houve uma banda que por milímetros(ehehe) esteve a um passo de se apurar para o festival da Eurovisão de 1978.
Os autores dessa façanha foram os Fruit Eating Bears, mas como já todos nós sabemos, os júris deste tipo de concursos são um pouco tendenciosos, e os Fruit Eating Bears ficaram no honrado penúltimo lugar (eram 12 os artistas em concurso). A música que os FEB levaram a concurso não podia ter um título mais acertado para a ocasião, "Door in my Face".

domingo, 19 de setembro de 2010

Boomtown Rats, em Portugal 1982

Os irlandeses "Boomtown Rats" comandados pelo Bob Geldof, chegaram a tocar em Portugal no ano de 1982, a 7 de Abril, o local foi a catedral do rock, Pavilhão Drámatico de Cascais.
Os BR vinham promoveram o album "V Deep"e para abrir a festa estiveram os tugas, Roxigénio.
Segundo as críticas o concerto dos BR foi bom, houve dois encores, num deles tocaram o "Banana Republic", uma das músicas que devem ter tocado nessa noite foi "She's so Modern"(um das melhores malhas dos BR).







quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Nevermind the Sex Pistols, here's Satan's Rats


Já se sabe que Inglaterra foi um dos berços do Punk, e não foi só nas grandes urbes que nasceram bandas Punk, a epidemia "Punk" alastrou por todos os recantos da ilha. E numa humilde cidade de nome Evesham, aparecem uns tais de "Satan's Rats", já com os ouvidos impregnados de punk rock/garage e aliciados por bandas como os The Damned, The Clash ou mesmo os Sex Pistols, os Satan's Rats avançam para a composição de originais.

Passados dois concertos gravam a primeira demo, no mesmo ano de 1977 tocam no primeiro festival punk em Birmingham, para depois assinarem um contrato com a editora DJM (editora do Elton John). No mesmo ano e para marcar presença no movimento Punk, editam o primeiro 45 rotações, "In my love for You" com produção de Rikki Sylvan (companheiro de editora dos Satan's Rats). Nesse mesmo ano de 1977 gravam o segundo single "Year of the Rats" com a produção a cargo do mesmo Rikki Sylvan, de destacar o lado B do single, "Louise" pura pérola de punk-rock com laivos de garage, malha que cola-se que nem mel aos ouvidos. Um exemplo em que o lado secundário (entenda-se lado B) é superior ao lado principal do disco.

Em 1978 os Satan's Rats continuam a sua jornada pelo universo do Rock'n'roll, com concertos em que abriam para as grandes bandas, ponto alto, foi o concerto com os Sex Pistols em Wolverhampton, com direito a encore. Um dado curioso, é que um dos actos de promoção do terceiro single "You make me sick", foi um anúncio no jornal NME em que dizia "Never mind the Sex Pistols, here's Satan's Rats", uma pequena provocação.

O terceiro single "Years of the Rats", teve na produção o Vic Maile (produtor dos Dr. Feelgood) e por insistência do produtor, os Satan's Rats vêem-se "obrigados" a regravar a música "Louise" e a colocar outra vez a música no lado B.


Mas o tempo passava e o sucesso não batia à porta dos Satan's Rats, era tempo de mudanças, sai o vocalista Paul Rencher e entra uma rapariga de seu nome Wendy Wu, e senão bastasse o grupo passa a ter outra designação, "The Photos". Com uma nova imagem, mais limpa e um som mais cristalino, powerpop/new wave, foi altura para receber os louros de um efémero sucesso com os The Photos.




Satan's Rats - Louise




Satan's Rats - Lady is a tramp

terça-feira, 7 de setembro de 2010

sábado, 4 de setembro de 2010

Quartzo , Margem Sul Powerpop



Estávamos em 1982, um grupo de 4 jovens (as faixas etárias rondavam os 17 anos) oriundos da Margem Sul, embarcam numa viagem pelo mundo da música, com um único single, "Cigana de Pedra" (um título que pode suscitar algumas dúvidas em relação ao conteúdo do disco). E graças ao conselho de um conhecido "dealer" de vinil, descubro esta preciosidade, levou uns 2 anos para pôr as mãos neste single. Numa primeira apreciação, digo que este single está no Top 10 dos melhores singles editados em Portugal, partilha o podió com os singles dos Tilt, Speeds, Grupo Parlamentar, Corpo Diplomático, Opinião Pública.


Falando propriamente de música, o single soa a Rock Português, mas tem um travo a Powerpop do melhor que se fez por cá, ouvindo os Quartzo vem longo a memória os Opinião Pública e os UHF do inicio. Se no lado A temos a música "Cigana de Pedra" tema mais energico, com coros bastante "catchy" (esta música está mais na linha de uns Vodka Laranja), no lado B está a musica,"Homem de Passagem", é uma música mais à "Opinião Pública", uma música que bem podia representar Portugal nos 500 metros barreiras no campeonato do mundo de Powerpop.

O single foi editado pela RCS, enquadrado no Movimento "Sangue Novo", mas teve fraca distribuição, por isso pode-se considerar um disco raro, geralmente só se encontram cópias promocionais.

Os membros da banda eram os seguintes: Rui Mareco (baixo, voz e principal compositor), Jorge Pita (guitarra solo), Zé Gaspar (guitarra ritmo), Tózé Palhota (bateria), no press-release diz que a banda tocava com instrumentos emprestados, se alguém tiver mais informações sobre os Quartzo, agradecia.

Deixo um clip que fiz e pus no Youtube, não tem grande qualidade sonora, mas dá para ter uma ideia.


Quartzo - "Homem de Passagem" 1982

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Rebellion 2010 , 3ª Parte - Final


Domingo foi o último dia de Rebellion, um dia em que a ementa era constituída na sua maioria por bandas dos States. Bandas sonantes não faltavam no cartaz, o que muitas vezes não quer dizer que haja qualidade, já tinha seleccionado os concertos a assistir. Logo ao inicio da tarde já andava pelo Reebellion, e numa das voltas pelo recinto, dou de caras com o Lp original dos Slaughter and the Dogs "Do it Dog Style" que se encontrava no chão juntamente com um disco dos GBH e um da Siouxsie.
Claro que não pensei duas vezes, e peguei no disco dos Slaughter, ainda num descargo de consciência perguntei a rapariga da banca mais próxima se os discos eram de alguém, ela disse que os discos estavam no chão desde o inicio da manhã, logo não eram de ninguém. Não podia ter começado melhor o dia, eheheh, é verdade que o disco está bastante usado, mas é um disco obrigatório para qualquer fã de Punk-rock, o disco atinge um preço já para o caro (ronda as 30 libras).


Já com o disco dos Slaughter and the Dogs debaixo do braço foi altura para ver os The Pigs, banda punk 77 de Bristol, editaram em 1977 um EP "Youthanasia", os The Pigs tiveram bem, sempre a esgalhar Punk-rock à la 77.


Como o dia era fraco em concertos, passei parte do tempo nas bancas de vinil/Cd, em negociações que levaram o seu tempo, consegui trazer alguns discos que são bastante raros, caso do primeiro EP dos Undertones- "Teenage Kicks", edição original da Good Vibrations, Long Tall Shorty - "By your Love", disco quase impossível de encontrar, produzido pelo Jimmy Pursey, mais o single dos Maniacs - "Chelsea 77".



Mas a azafama dos concertos não parava, foi altura para ir ver os The Skunks, o concerto que teve menos pessoas a assistir, estavam para ai 20 pessoas a ver e ouvir os Skunks. Mas algo que não intimidou a banda, antes pelo contrário, os The Skunks deram um bom concerto, Punk/Powerpop de categoria. O primeiro tema tocado pelos Skunks foi "Take it or leave it", continuando na mesma toada Punk-Pop, os The Skunks acabam com a música "Heart Attack".



Não havia tempo a perder, noutra sala iriam tocar outra banda punk 77, Bleach Boys, autores de um dos singles mais cobiçados, "Chloroform".
Um concerto cheio de "power", punk rock in your face, vocalista esteve sempre a tentar puxar pelo público.

Outros veteranos do punk 77 inglês que tocaram no domingo, foram os London, que contam com dois membros originais, Riff Regan (vocalista) e Steve Voice (baixo). O concerto dos London foi o momento alto do dia, proporcionaram ao muito pessoal que estava na assistência, uma viagem gratuita ao ano de 1977, começaram a jornada com "No Time", sem mais delongas, os London lançam-se num corrupio de clássicos, "Animal Games", "Siouxsie Sue", o já carismatico "Friday on my Mind" (original dos Easybeats).
Mas o ponto máximo foi com "Everyone's a Winner", para depois acabarem com "Speed Speed". Nota, mesmo no final ainda estavam os London a actuar, já as "estrelas" dos 7 Seconds já preparavam o seu sound check, não respeitando os horários e mostrando uma falta de respeito, teve de ir lá uma santa alma dizer aos "Sete segundos" para pararem de tocar.



Concluido o concerto dos London, já pouco havia para ver, isto é, concertos que pudessem agradar-me, foi altura para examinar outra vez a lista de concertos, e notei que ainda iriam tocar os Criminal Class, banda a puxar mais para Oi!. Os Criminal Class deram um concerto razoável, algumas malhas ainda com o cheirinho "Legion 82", tocaram o tema mais badalado do reportório, o "Blood on Streets"(musica que gravaram para o album "Strength Thru Oi!").
Antes de despedir-me do Rebellion ainda fui dar uma vista de olhos no concerto dos Bad Religion, acho que nem cheguei a ouvir uma música completa (ehehehe), fui-me embora, não sem antes espreitar o concerto dos Subhumans, estes ainda vi 2 músicas, mas o cansanço era muito.
Nota final em relação ao festival, valeu o tempo despendido e o dinheiro gasto, de uma assentada vi muitas bandas que eu curto, bandas que dificilmente volto a ver em Portugal.